Uma das portas mais importantes de entrada dos estímulos do mundo são nossos olhos. São com eles que enxergamos o que acontece ao nosso redor e podemos interagir com o que nos rodeia. A percepção visual é uma das principais vias de veiculação e acesso às informações que são utilizadas posteriormente na construção de representações mentais e um dos mais importantes sentidos no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. A deficiência na visão diminui a capacidade de integração de tais informações, afetando a personalidade do indivíduo, conduzindo-o a um ambiente social diferente do vidente. 

A estimulação visual precoce é uma intervenção utilizada com crianças que apresentam qualquer déficit visual, sendo considerada uma ação efetiva para propiciar resultados visuais mais consistentes no tratamento de alterações oculares. Tem o objetivo de despertar o desejo e o interesse da criança para agir sobre o ambiente, funcionando também com caráter preventivo de deficiências secundárias. Quanto mais precoce o diagnóstico da deficiência visual e o início da estimulação, melhores as repercussões na eficiência visual e em todos os aspectos do desenvolvimento. 

Esta terapia aborda a capacidade do bebê e da criança e auxilia na adaptação do ambiente para proporcionar o melhor aprendizado e desenvolvimento global mesmo com a baixa visão. A estimulação visual não melhora o quanto a criança com deficiência visual enxerga, mas se comporta como uma estratégia para facilitar a percepção do ambiente e objetos com a finalidade de que essa criança aproveite sua visão residual no desenvolvimento de suas habilidades gerais e resulte assim em um comportamento adaptativo eficiente no ambiente onde está inserido. 

A criança apresenta alguns componentes de percepção visual que são necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem: coordenação visomotora, percepção da posição no espaço, percepção das relações espaciais, constância perceptual e percepção de figura fundo. Cada um desses pontos faz com que a capacidade visual esteja pronta para receber e proporcionar respostas adequadas ao estímulo recebido. 

Apesar de a ABA ter origens na Psicologia, profissionais da área da saúde e educação também podem se tornar aplicadores ABA, desde que apresentem formação na área. Normalmente, a equipe de atendimento é multiprofissional, considerando que diferentes áreas do conhecimento podem contribuir para a construção de um planejamento adequado para cada criança.

O fato de profissionais de mais áreas serem habilitados a atender em ABA também facilita o processo de generalização das habilidades, sendo que mais terapeutas irão auxiliar no processo de aquisição e manutenção de repertórios comportamentais.

No Espaço Ciranda, temos profissionais na área de Psicologia e Fonoaudiologia habilitados para atender essa demanda. Apesar das áreas distintas, a avaliação e intervenção são planejadas e executadas de forma contínua.

Applied Behavior Analysis (ABA) ou Análise do comportamento Aplicada é uma ciência que busca compreender e modificar o comportamento humano. ABA utiliza-se de princípios científicos do comportamento para construir e ampliar repertórios relevantes como a comunicação, habilidades verbais, acadêmicas e de atividades de vida diária. Além de ampliar ou estimular o aumento do repertório de habilidades, a ABA tem como objetivo reduzir repertórios disfuncionais, como os  comportamentos inadequados e/ou barreiras comportamentais que acabam interferindo na aprendizagem das crianças.

Todo comportamento é uma relação entre a ação de um organismo e o ambiente em que ocorre essa ação. Considera-se uma contingência de três termos, onde estudam-se os estímulos antecedentes, as respostas e as consequências. Esses três termos são os princípios fundamentais dentro da Análise do Comportamento, a partir deste esquema podemos analisar ponto a ponto tantos os comportamentos adequados quanto os inapropriados.

Por isso a importância de analisar cada comportamento e suas funções, a fim de realizar uma intervenção mais efetiva: ensinando, aumentando ou diminuindo a frequência de comportamentos.